28.7.14

Conheci José no começo do ano, sempre o via sentado perto do jardim do condomínio, e ele sempre me parecia feliz. Certo dia resolvi conversar com José, desejei-lhe um bom dia e perguntei o porquê dele estar sempre sentado no mesmo lugar, e na mesma hora, ele me disse que sentia saudade dos filhos, e que raramente iam visitá-lo. José passou quase a vida inteira trabalhando em uma industria de sapatos para que nunca faltasse nada aos seus filhos, e já de idade, estava sozinho e esquecido em um apartamento. Eu perguntei como ele se sentia em relação a isso, e ele me disse que entendia, e que provavelmente eles tinham bons motivos para não estarem presente. Pouco tempo depois havia muita gente procurando por José, e por coincidência, foi no mesmo dia em que ele teve uma parada cardíaca. Isso que me fez pensar, será que as pessoas só percebem a importância das outras quando elas deixam de existir? Porque isso não faz o menor sentido pra mim, flores em cima de túmulos não reparam erros.
—  Sean Wilhelm

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