25.5.12


” E ali estava ela, sozinha, mais uma vez em seu quarto e com uma agenda na mão escrevendo as mesmas babaquices de sempre. Ela precisava desabafar, escrevia poís não tinha ninguém pra ouvi-la. Perdeu a graça de viver e não reconhece mais o brilho das coisas. Mostrava um sorriso lindo e cativante quando estava na rua, mas que ao chegar em casa era destruído por sua realidade. Lágrimas silenciosas percorriam seu rosto, doia pra ela relembrar aqueles momentos que não voltam mais; sentimentos, palavras saídas de boca pra fora, oportunidades jogadas ao vento, pessoas que deveriam partir e aquelas que partiram quando deviam permanecer. Garota frágil, cansou de ouvir quando era sua vez de falar, mas  ouve tudo com uma resposta na lingua. Boba ela, finje ser o que não é, mas é que no fundo ela precisa ser assim, talvez seja apenas uma forma de se proteger. Em meio á suas bagunças, olhou pro lado, não viu nada além de suas roupas espalhadas pelo chão e uma cortina que balançava com o vento que passava entre a janela. Resolveu colocar alguma música pra tocar, sentou-se e começou a pensar no que estava a-machucando. Suas lágrimas cairam novamente, olhou algumas fotos e sentiu saudade, que pena, porque só saudade não era e nem é motivo suficiente pra que aquela época volte. Ela só queria que existisse alguém que percebesse quando  realmente não estivesse bem, alguém com quem poderia confiar por inteiro sem medo das fofocas, ela desejava  que pelo menos um dia uma pessoa a-abraçasse e  dissesse: eu sei que você não está bem, desabafe comigo pequena. Mas esse alguém não existe, só seu travesseiro sabe realmente o que ela passa todas as noites. Finjes tão bem, mas sabe o quanto doí finjir que as palavras não a-magoam quando na verdade elas estão a-sufocando e se parecem com facadas em seu coração.  Sentiu um aperto no peito, mas eram apenas lembranças que insistem em atormentá-la. Coitada, já se acostumou a ser assim, solitária… ”

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