1.1.14

Esse ano foi marcado por tantos encontros e desencontros e eu aprendi que não importa quem foi e quem levou de mim um pedaço, um silêncio e alguma provável dor. O que me importa é o que eu fiz com isso. O importante é o que você fez com aquilo que fizeram com você. E eu fiz tanta coisa! Tanto poema, tanto texto, tanta música, tanto brilho, tanta energia boa. Eu mandei, e ainda mando, mesmo que em silêncio, todas as bênçãos àqueles que partiram. Porque não há maior forma de provar amor do que mandá-lo quietamente, sem muito reverberar. Agradeço também pelas pessoas que chegaram. Algumas me abraçaram de vez, outras vieram novamente e dessa vez ficaram. Pessoas que carrego nos meus ombros por serem levezas, fragilidades, países que eu quero encontrar em mim mesmo. Por não serem pesados e se forem, nós tratamos de amenizar. Há a tristeza diária e os conflitos internos e externos, mas existe também uma luz que sempre diz que continuar é uma regra, não importa o que aconteceu. Existe sempre uma esperança, é só parar pra ver como o cobrador de ônibus lhe estende um sorriso e sua mãe disse eu te amo, que é tão raro. E o que você está fazendo com você? Eu tô passando esse dia aliviado. Sim, aliviado. Porque eu me descobri entre tantas outras pessoas perdidas. Encontrei-me. Fui ao encontro de mim e talvez você que leia isso esteja pensando “que bulhufas ele está falando”, mas cara, é tão bom você olhar pra trás e perceber que sua vida tem um sentido. Mesmo que às vezes pareça que não e os caminhos sejam tortos e as estradas deem a lugar algum. Quero agradecer tanto tanto tanto, a tudo, a cada coisa proposital e à vida, que é tão boa comigo. Por me dar tanto, e sem cobrar. Por me oferecer tanto e eu às vezes negar, mas ter novamente, como um milagre, uma dádiva, um sonho. Queria dizer que você pode sim ser feliz, mas que também pode ter momentos de extrema fragilidade. Que você pode fugir de casa, mas que pode voltar no dia seguinte. Que pode negar o abraço, mas pode chegar em casa e dar o abraço mais forte que já deu na pessoa que ama. Eu quero falar que você pode andar descalço na chuva e dançar e rir, e que também pode andar de salto, sem perder as classes. Que você pode gritar xingar e até socar, mas que também pode plantar flores no peito e conceder, e doar, e saber receber. Porque a vida sempre nos dá alguma coisa e eu tô aprendendo a receber sem muito reclamar. Tô aprendendo sim, na força, mas tô adorando levar uma surra de como ser feliz e de como ser leve, e livre, e liberto - não só de mim, mas do mundo e dos carmas e dos títulos e de tudo.
Sejam leve, sejam breve, sejam livre, sejam leve, sejam breve.
Feliz ano novo pra vocês de novo.
chêro, de novo.
e que 2014 seja feliz. feliz
—  Sobre meu ano, Floresinexatas.

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